Divaguei de novo

A vida é algo que sempre me surpreende e ao mesmo tempo me é tão previsível. Costumo sempre ficar aqui com meus botões a analisar os acontecimentos que ocorrem em minha própria vida e na dos outros. Tento sempre, na medida do possível, refletir sobre tudo o que acontece e tento filtrar e chegar a uma possível verdade. Só que por outro lado, a verdade é algo bem relativa e subjetiva. Trocando em miúdos, a verdade varia sempre de acordo com o momento, com as pessoas de modo que as vezes se torna impossível enxergá-la. Mas por que esse momento tão filosófico? Não sei, mas acho que estou ficando velha. Não ri não!!!! Isso não tem graça nenhuma aliás, é algo tão sério que chega a me assustar um pouco. Por outro lado, também é algo curioso e legal afinal, isso me torna mais sábia, mais "safa", mais experiente nos mais diversos assuntos. Não está entendendo onde quero chegar? Te explico. Segue meu raciocínio: há alguns anos atrás, mais precisamente na minha adolescência, eu tinha uma idéia fixa em me apaixonar e, é claro, ser motivo de paixão para alguém. Ah, e de preferência alguém lindo, bem resolvido, de bem com a vida e que me achasse a mulher mais maravilhosa do planeta. Nossa!!! Quantas noites mal dormidas, quanto apuro nos bailinhos, nas viagens de férias, nas festas do colégio esperando, esperando, esperando e nada acontecendo. Voltava para casa me achando a pior das piores na face da Terra. Me achando uma nulidade em matéria de mulher. Putz meu! devo ser muito incompetente mesmo pra não ter condições de conquistar ninguém! Devo ser feia demais da conta para que nenhum infeliz me enxergue. Daí, mil complexos, neuras e pensamentos horríveis a me atormentar a cabeça. Devo confessar que minha adolescência foi um período que, decididamente não tenho saudades. Eram muitas encanações. Na roda de amigas que tinha na época, me achava a própria "Patinho feio". Magrela, desengonçada, com um rostinho de "Fuinha", pernas tortas, cabelo escorrido e sem graça, sardenta...Que mais? Nossa criatura, precisa de mais? Não está de bom tamanho toda essa lista de qualificações? Uau!! Não se matou nem sei como!!! Shhhiiiiiiii! Fica quieta e me deixa falar! Então, como estava dizendo enquanto as minhas colegas de escola já tinham corpo feito, peitos maravilhosos, a maioria já tinham dado seu primeiro beijo na boca, outras tantas já haviam tido sua primeira experiência sexual eu, essa que vos falo, não tinha idéia nem de como se beijava na boca direito. Sexo então era pra mim algo indescritível, impalpável, inimaginável até o dia em que numa aula de ciência, começou a circular na sala uma revista de sacanagem. E acabou em minhas mãos e eu sem saber o que era aquilo. Ao receber a revista por debaixo da carteira de uma menina que sentava atrás de mim, peguei-a e ao folhear, não entendi nada!!!!! Credo!!! Que fotos mais esquisitas! Nossa, o que essa tá fazendo com isso na boca? Uia!!!! O que é isso escorrendo da boca dessa daqui?...
Meu colega de carteira ( veja bem peaple, eu sou daquela época em que se sentava de dois nas carteiras. Nossa isso denota idade!), o João mais que depressa entendeu que tipo de revista era aquela e imediatamente me arrancou das mãos e escondeu entre seus livros. E eu, euzinha, com a cara de interrogação total me virei para ele e perguntei o que era aquilo tudo? João, pobre coitado, era um repetente portanto mais velho que eu, logo, mais experto e experiente do que eu, imediatamente caiu na risada e olhando pra mim dizia: Menina, você não existe!!! É maluca ou tá se fazendo de tal? Quer que a professora pegue essa revista com você ou comigo? É expulsão na certa. Depois a gente se fala. Preste atenção na aula. Resumo da história: a classe estava tão fervida com a tal revista que tinha circulado que estava num alvorosso daqueles. É claro que a professora percebeu e parou a aula pra perguntar o que estava acontecendo. a revista foi achada e...Aiiiiiiiii!!! Não era disso que queria falar!!! Tá vendo? Me dispersei de novo! Sobre o que mesmo que falava antes? Da revista? Não, não antes disso. Ahhn, sobre namorados? Não! Antes disso! Putz, me esqueci...Ah!! Já sei, era sobre velhice não é mesmo? Não!! Antes disso, bem antes...Amiga quer um conselho? Vá amanhã mesmo procurar um geriatra pois seu caso é de senilidade total. Ihhhhhhhhh! É assim que se começa. Filosofando, depois relembrando tempos lá de trás e depois...um vácuo total. Tem alemão rondando aí minha nega!!!! Procura o dotô!!!
Peraí. Começou a contar uma história que tava ficando interessante e corta assim, sem mais nem menos? Termina vai! O que a professora fez quando descobriu a tal revista? Quem tinha levado pra sala de aula? E o teu colega João? Te explicou tudinho? Conta vai!!!
NÃO! Não conto porque não era nada disso que queria falar. Ah, quer saber? Chega de contar histórias. Emburrei! E velha você sabe quem é?
Fui!

Comentários

A VOZ DO TEMPO disse…
Oi Roseli!!!! Saudades de vc.... adorei seu texto, aliás, sua história. Todos nós temos lembranças felizes, outras nem tanto, de determinadas épocas de nossas vidas, mas é recheada de ternura as lembranças de nossas descobertas e engraçado como nos sentíamos diante dos outros que julgávamos melhores que nós. Pode até ser que alguns tivessem fenótipos mais atrativos ( não é o mais importante ), mas duvido que algum deles relatasse com tanta personalidade e humor as doces e alegres lembranças da adolescência como você!!!!!! Grande e saudoso beijo , MARCOS ASSUMPÇÃO
Sonhos melodias disse…
Obrigada Marcos
Adorei sua visita em meu blog. Pois é amigo estou amando escrever,aliás, sempre gostei de escrever e agora então está mais prazeiroso. Apareça sempre por aqui.
Bj

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