Blogagem coletiva : Inclusão social

Participar dessa blogagem coletiva da Esther, do blog Esterança só me trás alegria e a convicção de que estamos abordando uma questão de extrema importância e não simplesmente "jogando conversa fora".
Somos constantemente borbardeados por notícias e imagens do mundo todo nos mostrando a miséria humana em toda parte do globo. Miséria trazida pela natureza local que não permite que as pessoas possam ter uma vida digna e onde são assolados por fenômenos climáticos, fome, doenças. Por outro lado, nos deparamos com a miséria ocasionada pela guerra e pela ganância desenfreada de uma minoria que domina a grande massa de indivíduos que, mesmo sendo em grande número, são incapazes de se rebelarem contra tais ditadores. São tantas as injustiças cometidas mas uma que me incomoda e entristece muito é a violência doméstica em especial a cometida contra a mulher.

Mesmo nas sociedades que se dizem "evoluídas" e "modernas", ainda é muito comum se ver um número razoável de mulheres sofrendo violência dentro de suas próprias casas. Violência essa cometida por pais, irmãos e maridos. Mulheres sofrendo abusos de todos os tipos levando grande parte delas a sérios problemas psíquicos que comprometem suas vidas. Muitas vezes ouvimos falar que isso é muito comum em países pobres onde ainda impera a lei patriarcal e onde a mulher é vista meramente como "moeda" negociável e feita apenas para produzir filhos.
No entanto, mesmo em países de primeiro mundo onde a mulher já conquistou muitas coisas como o direito a voto, trabalhar e estudar, ainda nos deparamos diariamente com cenas de violência doméstica. No meio artístico mesmo onde as pessoas têm maior visibilidade, de tempos em tempos a mídia nos dá notícias de violência contra a mulher. Recentemente tivemos a notícia da cantora Rihanna que sofreu agressões de seu namorado, o também cantor Chris Brown. Assim como ela, temos na história das artes várias outras que passaram também por essa situação: Tina Turner, Perla, Whitney Houston, Renata Banhara, Vera Fischer e tantas outras e fora o número alarmante de mulheres anônimas que diariamente sofrem todo tipo de violência. O que acontece? Por que esses homens que cometem essas atrocidades fazem o que fazem? O que passa numa mente que age assim? Da minha parte tento entender a psiquê dessas pessoas e por mais que leia e estude não consigo alcançar a lógica existente nesse ato.
Por outro lado, também penso se toda essa situação não é ocasionada pela própria mulher ao educar seus filhos homens e se elas não estão, mesmo que inconscientemente, ainda repassando valores errôneamente calcados numa educação extremamente machista do passado. Pensando ainda mais um pouco, também reflito com meus botões se a mulher também não tem colaborado com essa situação ao se colocar nos dias de hoje, em pleno século 21, apesar de tantas conquistas feitas por mulheres corajosas do passado como meros enfeites e instrumentos sexuais do homem e daí, resultando em falta de respeito de seus companheiros por não conseguirem enxergar nelas nada mais do que "escravas de seu bel prazer". Enfim, são tantas as perguntas e tão poucas as respostas a tais questões. No entanto fica aqui minha reflexão sobre esse tema aproveitando a data de ontem em que se comemorou o Dia Internacional da Mulher.
Tenho certeza, que não é somente minha mas de várias mulheres e homens que já superaram a era da "pedra lascada" e que hoje já se encontram num patamar mais evoluído, uma reflexão séria e que exige uma mudança de atitude para que nos tornemos uma sociedade mais justa e digna.






Comentários

Olá Roseli,

Enquanto lia seu texto, pensei em enviar nesse comentário exatamente o texto contido no vídeo. Recebi de uma amiga.

Infelizmente ainda estamos, como você bem descreveu, na era da "pedra lascada". Mas cabe a nós e, principalmente às mulheres denunciarmos esses abusos.

Jamais poderemos chamar o infeliz que comete esses atos, de marido, pai, namorado, homem, ser humano.

Beijos!
Alcides
Roseli, enquanto eu li esse seu texto me lembrei de uma vizinha que tinhamos quando eu era crianca. O homem a espancavaa até ver que o sangue lhe escorria. Ele a ameacava se ela contasse a alguém. Meu pai muitas das vezes a socorreu. Uma vez ele jogou o próprio filho de 8 meses contra a parede e o bebê quebrou uma das pernas. Ele era um animal.
Dez anos mais tarde, ela nao conseguindo se livrar dele, pois ele ameacava até de matar os pais dela, ela o matou. Todos os vizinhos e conhecidos fizeram questao de depor a favor dela e contar tudo o que sabiam.

Um beijo
como voce tem lidado com a profissão. voce acredita que emos no caos. ou caminhando...
Mírian Mondon disse…
Oi Roseli! Parabens pelo excelente post sobre violencia domestica, vilencia contra a mulher.
Obrigada pela visita e tambem vou te acompanhar com certeza! Parabens pelo belo trabalho aqui no seu blog.

Passe la no blog, deixei uma taça de café para todos os blogueiros dessa coletiva, e voce é uma das que realmente merecem um bom parabens e um cafézinho rs

Abraços!
lindo seu texto, parabens pela bela participação nesta gde idea, a blogagem coletiva.


abraços
Anônimo disse…
Maninha,

O agressor contará sempre com a impunidade devido a vergonha da outra parte.
O silêncio da vitima é a garantia da continuidade de tais atos.
Denunciar sim é um ato de inclusão, de resgate do amor próprio, de respeito a vida e a dignidade humana.
Um beijão
Ricardo
Ester disse…
Querida amiga!

Que postagem maravilhosa a sua!

Essa questão da violência feminina é muito delicada e vc abordou de maneira sensível e direta,

estou muito satisfeita e feliz com o resultado dessa blogagem que foi muito além do que eu esperava,

e desejo, como vc mesma disse, que não seja só conversa jogada fora, mas um ponto de partida para caminharmos rumo a mudanças significativas.

Muito obrigada pela sua preciosa colaboração!

bjs!
Anônimo disse…
Oi, Roseli (vi seu nome eu um comentário acima...). Nossa, eu como "feminista de carteirinha" gostei muito do teu texto... questionar se nós não temos culpa em tudo isso é fundamental! Muito do que eu vejo do discurso feminino (e não feminista) coloca a mulher como uma vítima, sempre sujeito passivo a mercê de "homens maus"... Temos nossa culpa em tudo isso. Não poderia ser diferente, visto que somos fruto de uma cultura milenar patriarcal e que inconscientemente transmitimos valores que desembocam justamente em situações extremas como a violência doméstica. Isso é um papo muito sério! Tem gente achando por aí que é tudo bobagem, que isso não existe mais, mas é assim, nossa sociedade é machista, nós,mulheres, somos machistas também... temos que repensar nossas práticas e tentar, aos poucos, reverter essa hegemonia masculina... não é uma guerra de homens contra mulheres, mas é uma questão de igualdade (na diferença).
Adorei mesmo o texto, acho que podíamos discutir essa questão um pouco mais... andei estudando muito a respeito... vou pegar teu e-mail! Um beijo no coração, Jana

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