Um homem, um registro de seu tempo

Domingo estava de bobeira em casa e liguei a TV. Comecei a via crucis de olhar canal por canal pra ver se tinha algo decente pra assistir. Só pra variar, deixei na TV Cultura e a seguir começou um documentário. De início não prestei muita atenção mas, aos poucos fui me envolvendo pelas imagens de guerra e aí, fiquei totalmente ligada no documentário. Era sobre um fotógrafo que eu não sabia nada de sua vida pessoal muito menos de sua vida profissional. Mas, como várias pessoas, já conhecia algumas fotos famosas que ele tirou mas que não sabia a autoria. Estou falando do fotógrafo húngaro Robert Capa. Quase ao término do programa pensei e comentei com minha irmã: Nossa! Que vida mais rica que ele teve! Vivenciou e documentou através de suas fotografias três guerras: Guerra Civil Espanhola, 2ª Guerra Mundial e a Guerra da Indochina. Sendo essa última, o seu canto do cisne. Mas entre uma guerra e outra, esse jovem e belo fotógrafo vivia uma vida de novela. Já com sua reputação de fotógrafo firmada, vivia cercado de belas mulheres, bebida, cigarros que nunca saíam de sua boca e de grandes amigos. Entre eles: Ernest Hemingway, William Falkner, Truman Capote e outros. Entre suas conquistas e paixões, Ingrid Bergman que foi sua amante durante dois anos. Foi uma grande paixão para ambos mas, como Robert tinha um espírito liberto, solto e aventureiro, deixou claro para a bela loira que não havia nascido para o casamento. Alçou voo e retornou para sua vida de nômade cobrindo eventos pelo mundo afora. Mas Robert Capa não fotografou somente guerras. Registrou os astros de Hollywood, personalidades do mundo das artes plásticas como Pablo Picasso em família. Mas o que realmente imortalizou sua obra foram as inúmeras fotos de guerra mostrando sua face mais cruel. Foi a partir de suas fotografias que o mundo passou a conhecer o que realmente uma guerra causa aos homens. Fotos de soldados em pleno combate, crianças em meio a ruínas, mulheres chorando e homens com expressões de cansado e de desilusão. Para mim que adoro imagens, suas fotografias falam muito mais que qualquer documento ou livros sobre essas guerras. Ao término do documentário já estava enamorada desse homem, desse profissional que, por amor a fotografia, arriscou-se deixando-nos um legado brilhante.

Para quem quiser saber mais sobre a vida de Capa, temos um ótimo livro “Ligeiramente Fora de Foco”, da CosacNaify. É o relato que o próprio Capa faz de suas aventuras na Europa, fotografando a guerra para revistas americanas. Fartamente ilustrado, o livro, no entanto, está longe de ajudar a elucidar o trabalho ou o pensamento do fotógrafo. Mas, de qualquer maneira, é um relato válido.

Comentários

Pedrita disse…
deve ser um belo documentário. fiquei curiosa. beijos, pedrita
Elaine Gaspareto disse…
Reseli,
Ahhh, eu vi este documentário. Que coincidência, né?
Peguei o trem andando, na parte em que falava da Gerta, da morte dela na Espanha.
Documentário lindo! Quando reprisar eu quero ver do começo.
Beijosssss
Menina no Sotão disse…
Ando em estado de sonolência pura quando o assunto é tv. Ligo no começo da noite e acordo no dia seguinte. Por sorte ela tem sleep. kkkkkkkkkkkkkkkk
Mas o documentário deve ser bom. Vou listar o livro, mas já sei que não vou ler nos próximos dias. Ando apaixonada por Virginia Woolf de novo. Ai meus sais. rs
bacio

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