Descobrindo-se

A Juliana do blog Escritos Reunidos fez a provocação: Qual é a sua maior qualidade? E isso ficou em minha mente cutucando por um bom tempo. Já tinha escrito a ela sobre isso. Sou de uma geração - ou talvez deva dizer de uma formação - em que os pais não se importavam muito com a construção da autoestima dos filhos. Veja bem: não faço aqui uma crítica aos nossos pais mas vamos ser sinceros, as gerações ao qual eles pertencem não foram também trabalhados nesse quesito logo, não se preocuparam também em passar a seus filhos essa preocupação. E isso vai passando de pai para filho e assim temos toda uma população de pessoas sem autoestima. E isso se reflete nas mínimas atitudes. No cotidiano mesmo. E assim, mesmo que lá no fundo eu saiba que tenha não uma, mas muitas qualidades, torna-se até difícil trazê-las à tona. Eu mesma sei que trago várias qualidades em minha pessoa mas quando paro pra pensar vem sempre o que de pior tenho: insegurança, medo, ciúmes, teimosia e por aí vai. Mas uma coisa posso dizer com toda a segurança: se tem uma qualidade que é muito forte na minha pessoa essa qualidade é o sentimento de solidariedade. Tenho um quê maternal que faz de mim uma grande "cuidadora". Gosto de demonstrar carinho, fazer afagos, ter atitudes cuidadoras mesmo. Me dá grande prazer fazer o outro feliz, se sentir bem. Outra qualidade que vem atrelada a essa é saber escutar o outro. Sou uma ótima ouvinte e talvez por isso mesmo sou bastante requisitada na família e entre os amigos e conhecidos. Mas como tudo na vida tem um preço, o meu é ter um grande desgaste físico e emocional afinal nessa de ficar se doando tanto aos outros, acabo sem energias. E outro preço que pago é que dificilmente encontro alguém disposto realmente a me ouvir quando preciso e isso algumas vezes me entristece. Mas logo me refaço e mando bola pra frente. Olha só! Outra qualidade aparecendo: a facilidade de tocar a vida pra frente também é uma qualidade. Não é não? E assim, de qualidade em qualidade vou descortinando uma Roseli que na maioria das vezes fica lá no fundo do pântano escondidinha, bem quieta e constato que também sou um ser com uma diversidade e uma riqueza de personalidade que ainda desconheço. E você? Já se conhece? Já teve a felicidade de se ver como realmente é e ficar feliz com o que vê? Essa deve ser uma descoberta diária para todos. Procurar fazer um autoconhecimento, ficar mais ciente de sí. Estou ainda muito longe disso mas já ando a procura de mim mesma. E essa busca é muito boa! Juliana, obrigada por me lembrar disso hoje!

Comentários

Pedrita disse…
eu acho q antes os pais pela sua formação e para não estragar, não estimulavam muito a autoestima dos filhos. hj acontece o contrário, estimula-se demais, às vezes mimando, e criam pessoas despreparadas para o mundo. ainda não encontramos o equilíbrio. beijos, pedrita
Juliana disse…
Olá Roseli!

Que bom que a pergunta lhe fez refletir e ir fundo na questão dentro de você! Hoje escrevi um pouco mais lá no blog.

E realmente: tocar a vida é uma qualidade e tanto!

Abraços!

Juliana

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