Uma atitude não tão simples assim

Foi o que percebi ontem ao sair do trabalho e dar cabo da minha participação no BookCrossing Blogueiro. Tinha prometido a mim mesma que deixaria o livro em qualquer lugar da av.Paulista. Andei por ela observei os lugares e nenhum dava jeito de eu deixar. Ou imaginava que o local não era legal, ou observava as pessoas e achava que elas não dariam a importância necessária ao livro deixado. Ou simplesmente o livro não desgrudava de meu abraço. Estávamos resistentes à separação. Pode isso? Acabei tomando o metrô e rumei para minha casa. No caminho, dentro do vagão, olhava para todos os lados e pessoas presentes e achava que ninguém ali teria interesse num livro. Como costuma dizer meu sobrinho: Tennnnnsssssssssoooooo!!!
Desci na estação Pinheiros e pensei em deixar por lá. Nada do livro sair de minhas mãos. Cheguei a estação de Osasco que é meu destino. Saio dela ainda com o livro na mão e em poucos minutos entro no shopping próximo dali. Penso comigo: Vou deixar o livro na cafeteria ou em qualquer banco daqui. Chego a sentar num banco de um dos corredores e repouso o livro. Fico alguns segundos ali e decido levantar e ir pra casa. Dou alguns passos e olho para trás. Não consigo me desvencilhar dele. Que droga! retorno e pego-o de volta e vejo que uma mocinha da loja em frente estava me olhando como se fosse alguma maluca. Rodo, rodo e acabo saindo do shopping. Até que me lembro de um local que tem tudo a ver com o livro. A caminho de casa, tem uma biblioteca municipal e ao lado, uma escola de artes que fica num espaço verde com bancos e tem sempre uma moçada bonita e antenada por lá.
Está decidido: agora eu cumpro com minha missão. E assim, resoluta, sigo para a escola de artes. Lá chegando com a tarde ainda clara e um sol já se esmaecendo, entro nas dependências e logo de cara vejo vários grupos de jovens conversando próximo nos bancos. Aproximo, sento em um dos bancos vazios ao lado deles e após alguns minutos levanto e displicentemente deixo "esquecido" aquele livro. Saí dali com uma sensação muito gostosa de dever cumprido e a certeza de que ele será adotado por alguém que terá o maior carinho e cuidado com ele. Hoje pela manhã, ao passar por lá olhei o banco e vendo-o vazio me vi tomada de uma alegria que há muito não sentia. É isso gente. Não basta querermos nos desvencilhar do livro. Na realidade ele nos orienta por onde devemos deixá-lo.

Comentários

Luciano A.Santos disse…
Roseli, mas que aventura, rsrs, mas o bom é que no fim tudo deu certo. Também temi que não ficassem com o meu, e ele permanecesse lá, sozinho, ou que fosse vandalizado, mas fui conferir e, ao menos, ele não estava mais onde deixei. Também saí com uma sensação de dever cumprido.

Beijos.
maria helena disse…
srsrsrrsrs é... não tive problemas. Saí de casa, passei no super, comprei umas coisinhas com o livro embaixo do braço. Passei pelos bancos do jardim mas estavam todos ocupados. Então esqueci num lugar bem estranho, que decididamente chamaria atenção: o patamar da placa do super que fica em frente a minha sacada. Dei a volta na quadra muito rapido, olho pela janela e ... que alegria. Alguem já estava com ele na mão. Fiquei assintindo o movimento dele pra lá e pra cá com livro lendo a contracapa e depois sentado no banco lendo-o ! Foi muito lindo. Bjis
sheyla xavier disse…
Ai que legal, tornar parte do bookcrossing blogueiro, acho a ideia excelente! O local no qual vc deixou o livro, foi melhor ainda!Adorei seu blog!
abraços!
Ana Paula disse…
Roseli, praticamente nos esbarramos na av Paulista e no metrô!!! Eu estava também a perambular por lá e achando muito difícil achar um lugar para deixar. Acabei deixando um dos livros num banco do parque Trianon.
Mas que ótimo te encontrar nesta coincidência deliciosa! Beijo
Luma Rosa disse…
Eu ri quando contou que o livro não saia das suas mãos e o seu zelo fez procurar um lugar legal para libertá-lo.
Eu saí logo pela manhã com meu livro, porque não retornaria para casa. Ele foi comigo para a natação e enquanto esperava a aula começar, revi mentalmente a história dos personagens em uma breve despedida. Depois da aula chovia muito e eu, anteriormente pensei em colocar na praça em frentea Escola de línguas, mas daí pensei, porque não lá dentro? A entrada, um corredor estreito, sem banco, nada! Não ia deixar o livro no chão. A secretária ficou me olhando e fiquei meio sem graça e daí tive a ideia de entregar para ser sorteado em sala. Escolhi a turma e vamos ver! A cidade é pequena e acho que saberei logo quem ficou com ele :D
Roseli, obrigada por participar! E adiantando que a 4ª Edição acontecerá na segunda quinzena de Abril. Beijus,
Roseli, é muito boa mesmo essa sensação.
Gostei do local que "esquecestes" o livro.
Certamente está em boas mãos.
Obrigada pela visita e seja muito bem vinda.
Xeros
Roseli, é muito boa mesmo essa sensação.
Gostei do local que "esquecestes" o livro.
Certamente está em boas mãos.
Obrigada pela visita e seja muito bem vinda.
Xeros
Não sei o por que, mas em alguns blogs me ponho a seguir mais o ícone não aparece nos seguidores.
Depois você me diz se o meu apareceu?
Betty Vernieri disse…
Olá, Roseli!
Fiz questão de conhecer seu blog e retribuir suas palavras de incentivo a respeito da nossa pequena biblioteca.
Eu também fiquei emocionada com o seu relato porque me custa ter coragem para abandonar um livro em qualquer lugar. Não é por apego, garanto, mas pela possibilidade que ele acabe numa lata de lixo, ou se estrague antes que alguém o encontre e o abrace com carinho.
Não conhecia "Amor em Terras de Chamas", e já anotei para nossa próxima aquisição. Deve ser muito bom mesmo.
Ah, não poderia deixar de dizer que achei genial a ideia do bilhete!
Beijinho
Celina Dutra disse…
Roseli,

Fiquei presa na sua aventura como você ficou agarradinha ao livro, procurando um lugar acolhedor para ele. Muto legal!!! Adorei.
Obrigada pela visita ao Colheita de Girassóis. Cheguei e vou ficar passeando por mais este Canteiro. Girassóis nos seus dias. Beijos!
Jack disse…
TEEEEEEEEENSO! HAHAHAHAHAHAAHAHAHHAAH!
No mí-ni-mo! Mas ahcei legal a idéia! Uma vez ouvi um palestrante falando "Devemos deixar o evangelho...Deixar no trem, no ônibus, em algum banco, assim, como quem não quer nada, porque assim, quem sabe, alguém que ncesseite o pegue!"

Eu acho que ñ conseguiria fazer tal façanha! hhaha morro de vergonha disso! E não sei disfarçar!

Enfim, adorei a saga! Beijos,Roseee =)
Gina disse…
Roselim
Gostei de vir aqui conferir seu desapego...rs!
O meu foi mais fácil porque já tinha destino certo.
Achei ótimo participar pela primeira vez e quero continuar.
Um abraço.
Jô Bibas disse…
Grande história! Como muitas coisas na vida, é mais difícil na primeira vez. Melhora com a experiência! Não desista!

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