Micos...quem já não os teve?


Micos. Quem alguma vez na vida não cometeu um? Ou muitos,como eu!
Quem me vê não imagina a capacidade que tenho em cometer micos por aí.Passando uma imagem de pessoa centrada, séria, correta, não imagina o quanto eu cometo deslizes. Alguns devo dizer inconfessáveis.


MICO 1


Inicio minha série de gafes lembrando dos meus dezenove anos. Na época, trabalhava em uma boutique de calçados finos e sempre ao final da tarde, lá ia eu, office girl, fazer depósito no banco. Adorava essas saídas pois tinha um paquera que trabalhava na agência. Até torcia para que as filas estivessem quilométricas só para poder ficar pagando para aquele moço lindo.Aos dezenove anos nem imaginava o quanto já sofria de problemas oftalmológico. Ainda não era dependente dos óculos. Entrava na agência sempre pelo estacionamento para encurtar caminho. E sempre cumprimentava uma pessoa conhecida. Sou conhecida como a "moça sorriso" pois sempre abro um para cumprimentar alguém. Uma bela tarde, chegando ao estacionamento, passei, cumprimentei aquela pessoa e segui adiante. Passando por um carro estacionado, vi a pessoa ao volante e, toda toda, parei na janela, abri aquele sorrisão e disse:
- Oiiiiiiiii!!! Tudo bem com você? Nossa há quanto tempo a gente não se encontra né?
A pessoa em questão me olhou, ficou pensativa e, seguindo meu exemplo, abriu um sorrisão também e respondeu:
- É mesmo! A gente não se vê há uma eternidade. Parece até que foi em outra vida porque nessa mocinha, ainda não tive o prazer de te conhecer. Mas nunca é tarde pra isso. Meu nome é João e o seu?
Pisquei várias vezes, olhei para os lados, voltei a olhar para aquele rapaz e, engolindo em seco, sorri amarelo e disse:
- Prazer João. Meu nome é Roseli. Desculpa meu fora. Achei que você fosse outra pessoa.
Ele deve ter sacado minha semgracês pois caiu na risada e falou para eu descontrair. Se a gente não se conhecia ainda agora era o momento de se conhecer. E assim, meu mico deu início a uma grande amizade. Falando em amizade, faz tempo que não falo nem vejo o João. Por onde será que ele anda?
Ah! Já ia me esquecendo do mico maior: essa pessoa que sempre cumprimentava quando chegava ao estacionamento, tempos depois vim a descobrir que era um poste. Por isso não me respondia e eu pensando que ele era tímido, kkk.


MICO 2


Bom, vamos para um outro mico federal que paguei. Isso aconteceu no dia em que soube que tinha passado no vestibular. Fiquei tão feliz que saí correndo para fazer minha matrícula. Detalhe: não sabia ir até a faculdade pois quando prestei vestibular, foi em outro local. Mas me aventurei e lá fui eu pegar metrô. Nunca tinha tomado metrô na vida! Me perdi completamente na estação Sé. Para quem não é de São Paulo, a estação Sé é enorme e serve de ligação e passagem para outras linhas. É um amontoado humano que assusta até mesmo quem vive aqui. Rodei, rodei e não me achava. Parei e perguntei a um homem como fazia para pegar a linha que ia para a Zona Leste. Ele me explicou todo atencioso. Agradeci e lá fui eu.
Me perdi. Andei, andei e novamente parei. Virei e perguntei como fazia para ir para a Zona Leste. O homem gentilmente me orientou e repetiu mais de uma vez como eu devia fazer para tomar tal linha. Agradeci e segui adiante. Rodei, rodei.
Me perdi. Parei e decidi pedir ajuda novamente. Quando perguntei, a pessoa olhou pra mim e começou a rir. Não entendi o motivo da graça e perguntei porque ele ria. O homem depois de muito rir (já estava quase chorando), respirou fundo, me olhou e disse:
-Mocinha! Você é uma perdida mesmo! Tão distraída que nem percebeu que fez a mesma pergunta três vezes para a mesma pessoa. Ehmmmmm!! Fiquei com cara de interrogação junto de uma exclamação. Até que finalmente a ficha caiu e vi que realmente era o mesmo homem o tempo todo. Não deu outra. Comecei a rir também e dessa vez, o homem me acompanhou até a plataforma certa e lá embarquei.


MICO 3


E para finalizar, vou contar uma internacional. É minha gente, sou chic!
Em 2006 viajei com um amigo para Portugal. Foi minha primeira viagem ao exterior. Ficamos dez dias em Lisboa para participar de um congresso internacional de nossa área. Uma bela tarde decidimos explorar a cidade que é muito bela e após andar tanto decidimos tomar o metrô.E anda daqui, anda dali e nada de encontrar a bilheteria. E nada da gente também para e perguntar para alguém. E a vergonha? E o medo de não entender o que falam e de não nos entenderem? Só sei que passamos um bom tempo lá e não achamos nada. Saímos de lá e regressamos ao hotel cansados de tanto caminhar. No dia seguinte, a mesma coisa. Só que entramos numa outra estação. E nada de encontrar bilheteria. No terceiro dia numa estação de metrô, vimos as catracas abertas e o pessoal passando. Não tivemos dúvida, passamos junto. Já no vagão, vimos um funcionário que vinha de pessoa em pessoa conferindo os tiquetes e nós dois ficando cada vez mais nervosos. Imaginem: estrangeiros, sem noção, sem conhecimento dos costumes do país e ainda bancando os espertos e viajando de graça. Ainda bem que quando o funcionário chegou até nós e soube do ocorrido, foi simpático e nos explicou que lá, eles utilizam máquinas para compra dos bilhetes. Por isso não vimos nenhuma bilheteria com funcionários como é comum por aqui. Ah! Não posso deixar de falar um mico meu por lá. Sou uma mulher muito independente. Aprendi a ser independente por pura necessidade. E tenho o péssimo costume de passar a frente das pessoas e sacar carteira e pagar e resolver as coisas à minha maneira. Lá em Portugal não pude ser "independente" pois andava sempre acompanhada por um homem. Meu amigo. Pois bem. É costume lusitano, sempre que um casal entra numa estabelecimento comercial - exemplo: um restaurante - ele, o homem fazer o pedido e encerrar a conta e pagar. Um belo dia lá estava eu no restaurante e levantei a mão para chamar o garçom. Um deles me viu e passou batido. Dei um tempinho pois achei que ele estava ocupado. Estava nada! Olhei para outro garçom e novamente levantei minha mão. Esse outro também me viu e igualmente me ignorou. Lá pelas tantas, meu amigo levantou-se e disse que ia ao banheiro e que era para mim encerrar a conta, pagar e me encontrar com ele na saída do restaurante.
Iniciou minha batalha novamente. Foi um tal de erguer as mãos, fazer careta, fazer psiu! E nada! Até que minha tolerância desceu a zero. Bufando e xingando até a geração de Don Afonso Henriques, fui levantando e saindo do restaurante. O gerente veio todo sem graça me barrar. Nesse exato momento, meu amigo veio ao meu encontro e perguntou se já tinha pago a conta. Falei que estava muito irritada e que ninguém me atendia. Me ignoravam. O gerente chamou meu amigo de lado e esclareceu que nunca uma dama acompanhada é atendida. É um costume da sociedade lusitana o homem se dirigir e fazer tudo. Ao que retruquei: Quer dizer então que aqui em Portugal se eu entrar sozinha num restaurante ou outro local não serei atendida? Que absurdo! Que atraso! Novamente se desculpando, ele esclareceu: Não senhora. Se acaso entrar sozinha num estabelecimento, será muito bem atendida e respeitada. mas...estando acompanhada, toda a negociação será feita entre os cavalheiros. Meu amigo se desculpou dizendo desconhecer os costumes e agradeceu a atenção dele. Após esse incidente, voltamos outras vezes a esse restaurante e fomos muito bem atendidos.
Essas confissões "micais" foram estimuladas após ler as confissões de uma amiga blogueira, a Clara, do blogue Simples e Clara

E você? Já pagou alguns micos?


Comentários

Clara Lúcia disse…
kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
Chorando de rir aqui, Roseli!!!

Essa do banco foi de doer a alma de Pedro Álvares Cabral, fia!!!!

Adorei!!!

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