A busca por nós mesmos


Feriado é bom para descansar em todos os aspectos: sair da rotina, fazer coisas diferentes e ler. Foi exatamente isso que fiz desde sábado quando decidi passar alguns dias na casa de meu irmão. Na viagem de ida já iniciei a leitura de um livro que escolhi entre tantos. Ainda em casa, antes de sair, olhei para meus dois livros começados e resolvi que não levaria nenhum deles pois eram grandes e seria um tanto chato para carregar. Foi onde procurei entre tantos que tenho aqui na estante e optei por um fino que tem me atraído para leitura há um certo tempo: A chave de casa, de Tatiana Salem Levy.
Desde que foi lançado em 2007, chamou-me a atenção mas como sempre tive outros na frente para ler, esse foi ficando na lista de espera. Até que sua vez chegou e simplesmente me deliciei com sua leitura!
Devo dizer desde já que não é uma leitura convencional e, para aqueles que gostam ou estão acostumados a livros "começo, meio e fim", esse não irá agradar. Explico: Tatiana ousou em seu primeiro romance, uma linguagem diferenciada do convencional. Sem dúvida ela correu um certo risco de pôr seu projeto a perder mas como boa jogadora arriscou e acertou na mosca.
Escrito por várias vozes: a narradora, a mãe, o avô. São várias histórias que se desenvolvem partindo ora no passado, ora no presente e algumas vezes nos deixando em dúvida sobre o real e o imaginário da narradora.
Capítulos curtos, concisos, nos pega pelas mãos e nos leva para as ruas de Estambul para a busca e origens de sua família que vieram de tão longe para fixar moradia no Rio de Janeiro. Essa busca da personagem pelo passado de seu avô que se simboliza através da chave da casa que ele lhe deu, também nos faz refletir sobre nosso passado, a vida de nossos descendentes e a nossa própria vida.
Como sou apaixonada por histórias onde as relações humanas são o condutor da narrativa, sem dúvida que fiquei encantada com esse romance.Essa é minha dica de leitura de hoje.

Sinopse:
Passando por temas como a morte da mãe, a relação com um homem violento, viagem, raízes, herança, entre outros, a autora procura tecer um romance de vozes diversas. Neta de judeus da Turquia e filha de comunistas do Brasil, a narradora recebe do avô a chave que abriria a porta da casa de Esmirna, para onde os avós fugiram durante a Inquisição.

Título: A chave de casa
Autora: Tatiana Salem Levy
Editora: Record
Ano: 2007

Comentários

Pedrita disse…
eu tb gosto de levar livro fácil de carregar. tb tenho alguns bons pra levar na fila pra ler. beijos, pedrita
Luma Rosa disse…
Oi, Roseli!
Esmirna seria o nome de uma pessoa, ou referência a cidade turca?
Em termos bíblicos, essa cidade apesar de rica e cheia de opulênica, era um lugar que também trazia amargura e muito sofrimento. Perseguida pelos judeus pela sua soberda. A cidade existe até os dias atuais e continua uma das mais ricas da Turquia, só que cheira a morte (mirra) o extrato para embalsamar cadáveres :)
Esse livro tem alguma base histórica?
Beijus,
Luma Rosa disse…
Oi, Roseli!
Dá uma olhadinha na sua caixa de spam. Acho que o meu comentário foi para lá... :( Comentei esse texto outro dia.
Bom fim de semana!!
Beijus,

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