Lançamento de Coração Peludo - Plínio Camillo


É sempre um prazer ver um amigo realizando um trabalho. Acompanho o Plínio desde que fizemos o curso de criação literária na Editora Terracota em 2010. E faço aqui o convite para que venham ao lançamento de Coração Peludo. Não perco por nada! Leia um pouco sobre ele e seu trabalho:

“Devassa na promoção, Marlboro do Paraguai e uma donzela. — Vem sempre aqui? Uma dose dupla de rapariga. Explico a todos a diferença entre o realismo e o simbolismo. Ligo para o Edgard, não atende. — Japinhas me deixam louco, sabia? Sabem fazer um yakissoba de afundar Tóquio... — Uma amarelinha, por favor! — Que tal em casa? Mostro a minha coleção de mangás e os DVDs do Nacional Kid. Gostei do seu bigode”. 

 Assim começa mais um capítulo na trajetória do nosso herói. Cínico, faminto, visceral, sem nenhum medo
de errar – um corajoso ou um inconsequente? Nem ele mesmo sabe. Aliás, nunca parou para pensar nisso. Ele só sabe que, na dúvida, só resta agir. 
Não, este não é um mais um livro de contos. É uma sequência de fragmentos que contam uma ótima história. Mas cada fragmento/conto tem começo, meio, fim e muito recheio saboroso.

“Encaixo o soco. Empurro forte. Dou um braço e meio de distância do meu pai. Mostro os dentes, misto de sorriso com raiva. Jeito bom de se sofrer.
Nem vem que não tem/ Nem vem de garfo/ Que hoje é dia de sopa’.
Ele vem como um polvo maluco. Saio de lado e aplico uma gravata.
 — Ela falou que meu pau é muito maior!!”.

Palavras certeiras

Em sua mais recente obra, Coração Peludo, Plínio Camillo descreve situações marcantes em formas curtas. O protagonista compartilha com o leitor momentos diversos e decisivos da sua experiência de vida, tão surpreendente quanto a linguagem do escritor. Em poucas, mas certeiras palavras, Camillo dá o tom das circunstâncias, descreve personagens e conclui as passagens que seu narrador escolhe para relatar.

A escrita do autor é povoada de citações que definem diferentes épocas, bem como de bordões de desenhos animados e publicidades que ficaram na memória popular, salpicada por trechos de músicas que fizeram história, dos quais se apropria concedendo personalidade ao texto. Sua narrativa se inscreve numa estética de escrita naturalista, bem como os recursos para contextualizar as vivências de seu personagem, crível por ser humanamente contraditório. Como bem descreve seu prefaciador, o escritor e jornalista Gláuber Soares: “Numa época em que boa parte da literatura brasileira se encontra asséptica, indevidamente pasteurizada, Plínio Camillo rasga o peito do seu personagem principal, fio condutor entre todos os contos…”.

O prefácio da obra complementa: “sem pudor e, sobretudo, sem desperdiçar palavras com descrições enfadonhas ou explicações desnecessárias, o autor, no vigor do seu estilo, parece ter encontrado um antídoto contra a chatice”.

Ouvir, contar e recontar -Produzi, ao longo de meus primeiros quarenta e nove anos, alguns roteiros de vídeo, historietas e peças curtas. Escondi tudo!

Publicou seu primeiro livro “O Namorado do Papai Ronca” em 2012, selecionado pelo Concurso de Apoio a Projetos de Primeira Publicação de Livro no Estado de São Paulo do ano de 2011 (ProAC Edital nº 32/2011), e lançado pela Prólogo Selo Editorial em parceria com o Instituto Cultural Mundomundano, chamando a atenção pela inovação na linguagem, apropriando-se do modo de expressão usual nas redes sociais.

Também participou em duas coletâneas de contos – “Abigail” e “Assim você me mata”, publicadas pela Editora Terracota

Estimulado pela literatura de autores como Marcelino Freire, Dalton Trevisan, Lima Barreto e Dashiell Hammett, o autor encontra referências também na dramaturgia e na tradição teatral, área em que tem uma vasta experiência. Participou do Curso de Extensão Cultural em Teatro na Unicamp, atuando como autor, diretor, ator, iluminador e assistente de produção nessa área. Camillo reconhece em sua construção narrativa o aporte dessa vivência teatral. Possivelmente, por também ser educador, sua escrita demonstra relação com o contemporâneo na linguagem e nas temáticas tratadas.

Plínio Camillo – nasceu em Ribeirão Preto em 26 de novembro de 1960. Reside em São Paulo desde 1984, tendo vivido em Campinas entre 1998 a 2001.
Sagitário com ascendente em aquário é rato no horóscopo chinês.

Mantém os Blogs:
O Namorado do papai ronca: http://pliniocamillo.wordpress.com/)

Outras Vozes: http://negrosoutrasvozes.wordpress.com/

E então? Animou-se? Venha juntar-se a nós e prestigiar o autor. Estarei por lá.

Título: Coração Peludo
Autor: Plínio Camillo
Data: 31.5.2014 
Local: Rua Espartáco, 499 – Vila Romana – São Paulo
Horário: Das 16 às 20hs

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