Mil vezes boa noite


A sétima arte é uma de minhas grandes paixões e infelizmente devido a tantos compromissos, ando um pouco afastada dela.
Mas ontem, fiquei quite com ela por conta de uma indicação de um colega de trabalho que é outro fissurado em cinema.
Saí mais cedo do trabalho e tinha uma folga de duas horas e pouco para fazer minha aula de Pilates.
Pensei: o que fazer nesse meio tempo? Shopping? Ah, estou um tanto saturada desse ambiente. Então, conversando com ele, me indicou esse filme para assistir. E fui.
Saí da sala com uma única palavra na cabeça: Impactante!
Pessoas saíram da sala chorando, inclusive homens, coisa rara de se ver.
Saí tão impactada que acabei esquecendo de ir para a aula de Pilates. Andei sem rumo pela rua Augusta, subi até a Avenida Paulista, andei mais um pouco, precisava de ar, sentia-me sufocada.
As imagens e as emoções que o filme desencadeou em mim foram absurdas. Parece exagero?
Acredito que não. 
"Mil vezes boa noite", de Erik Poppe, com a magistral interpretação da dama do cinema francês contemporâneo Juliette Binoche veio para arrasar com o mais gélido coração. E detalhe: não é um filme piegas. Muito pelo contrário.
A história conta o drama de uma fotojornalista Rebecca (Juliette Binoche) entre continuar arriscando sua vida registrando cenas que ganham o mundo através dos grandes jornais ou voltar para sua família e levar uma vida digamos, com menos adrenalina.
Parece simples? Pois não é!
O filme começa de forma como já disse no início, impactante: a fotojornalista acompanha um suposto enterro de uma moça nos confins de Cabul. Num campo árido, uma cova e várias mulheres ao redor choram e oram pela "morta". Rebecca vai registrando tudo o que vê até a hora em que resolve tirar várias fotos da morta e, de repente, sua lenta capta os olhos da moça se abrindo. Pá! Primeiro impacto.
Em minutos, desce uma escada e a moça sobe da cova. Segue para uma casa onde o ritual continua e o que se vê: a mesma moça se despede das demais enquanto veste um colete repleto de dinamites. É uma mulher-bomba!
Rebecca pergunta se pode acompanhá-la até próximo de onde ela irá detonar.
Ao descer do carro se afasta um pouco mas volta-se para registrar o fato. Com a explosão, ela é atiçada longe, fica desacordada por alguns instantes, volta a si e, vendo toda a tragédia, procura sua câmera para registrar tudo até que desaba ferida.
O retorno para casa coloca Rebecca num outro tipo de conflito: voltar a ter uma vida comum em família. A dúvida que se estabelece em seu íntimo é abandonar sua paixão pela profissão afinal, ela é tida como uma das melhores fotógrafas de zona de guerra ou salvar seu casamento.
Casada com um biólogo (Nicolaj Coster-Wandau, conhecido por trabalhar em Game of. Thrones), se vê pressionada por ele e sua filha mais velha (Lauryn Canny) a largar tudo.
Decide ficar e retomar sua vida doméstica. O que, em pouco tempo percebe que é terrível. Num diálogo, ela diz: não nasci para levar uma vida normal.
O diretor e roteirista aproveita sua experiência de fotógrafo de zona de guerra (idos dos anos 80) e, através de sua musa Binoche, expõe a rotina desse profissional nos momentos de conflitos. As cenas são belíssimas! De uma força brutal.
Com poucos diálogos, o filme consegue passar para nós, expectadores, toda a história e é uma verdadeira homenagem a todos os profissionais que colocam suas vidas em risco por uma boa cobertura. Detalhe: o filme conta com um personagem interpretado por ninguém menos que Larry Mullen Jr., o baterista do U2. Um papel pequeno mas de qualquer forma marcante.
É mole ou quer mais?
Essa é minha dica de hoje. Vale muito a pena assistir!

 

Comentários

chica disse…
Nooooooooossa, que drama deve ser pra ela ter uma decisão assim! Parece bom mesmo! bjs, lindo dia! chica
Sonhos melodias disse…
Oi Chica, o filme é bom demais mesmo! Se tiver a chance, assista!
Bj

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