E por falar em livros...

Já faz um tempo que quero falar sobre esse escritor que, foi para mim, uma excelente surpresa no mundo literário. Como já sabem, sou bibliotecária e estou sempre envolta por livros das mais variadas formas, estilos e escritores diversos. Mas, não tinha muito contato com escritores lusitanos e de países africanos. Era totalmente leiga. Até que um amigo, que também é bibliotecário, perguntou-me se já tinha lido algum livro do autor Mia Couto. Olhem só para a minha cara de total interrogação! Mia o quê? Não, nunca ouvi falar nesse autor. Esse mesmo amigo me emprestou um livro e passei a ler. Foi uma gostosa descoberta! Esse primeiro livro tem por título A Varanda de Frangipani. Gostei demais da história e da forma como o autor escreve. Gostei também de conhecer um pouco sobre a cultura africana que, até então, era-me totalmente desconhecida. O próximo livro que li, aliás, ainda não terminei, se chama Terra Sonâmbula. Este foi seu primeiro romance e estou amando! Tanto que é um livro para se ler aos poucos, em doses pequenas para poder absorvê-lo por completo. Já virei sua fã e recomendo a todos que curtem uma boa leitura. Segue uma pequena biografia e alguns títulos desse autor.
Mia Couto nasceu na Cidade da Beira (Moçambique) em 1955, filho de uma família de emigrantes portugueses. Publicou os primeiros poemas no "Notícias da Beira", com 14 anos. Em 1972, deixou a Beira e partiu para Lourenço Marques para estudar Medicina. A partir de 1974, começou a fazer jornalismo, tal como o pai. Com a independência de Moçambique, tornou-se director da Agência de Informação de Moçambique (AIM). Dirigiu também a revista semanal "Tempo" e o jornal "Notícias de Maputo".
Em 1985 formou-se em Biologia pela Universidade Eduardo Mondlane. Foi também durante os anos 80 que publicou os primeiros livros de contos. Estreou-se com um livro de poemas, "Raiz de Orvalho" (1983), só publicado em Portugal em 1999. Depois, dois livros de contos: "Vozes anoitecidas" (1986) e "Cada Homem é uma Raça" (1990).Em 1992 publicou o seu primeiro romance, "Terra Sonâmbula". A partir de então, apesar de conciliar as profissões de biólogo e professor, nunca mais deixou a escrita e tornou-se um dos nomes moçambicanos mais traduzidos: espanhol, francês, italiano, alemão, sueco, norueguês e holandês são algumas línguas. Outros livros do autor: "Estórias Abensonhadas" (1994); "A Varanda do Frangipani" (1996); "Vinte e Zinco" (1999); "Contos do Nascer da Terra" (1997); "Mar me quer" (2000); "Na Berma de Nenhuma Estrada e outros contos" (2001); "O Gato e o Escuro" (2001); "O Último Voo do Flamingo" (2000); "Um Rio Chamado Tempo, Uma Casa Chamada Terra" (2002). "O Fio das Missangas" (2004) é o seu último livro de contos.
Em 1999 foi vencedor do prémio Vergílio Ferreira pelo conjunto da obra, um dos mais conceituados prémios literários portugueses, no valor cinco mil euros, que já premiou Maria Velho da Costa, Maria Judite de Carvalho e Eduardo Lourenço, entre outros. Em 2001, recebeu também o Prémio Literário Mário António (que distingue obras e autores dos países africanos lusófonos e de Timor-Leste) atribuído pela Fundação Calouste Gulbenkian por "O Último Voo do Flamingo" (2000).

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