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Mostrando postagens de novembro, 2010

Parto doloroso

Dói. Dói muito. Ninguém faz ideia do quanto essa dor é intensa. Só mesmo passando por ela para entender. De tempos em tempos, fico boa. Chego até mesmo a rir, a ter os olhos brilhando de forma positiva. No entanto, basta alguns instantes e ela vem novamente. O dia passa e a dor vai e volta. As vezes, ela se manifesta direto no coração e aí, chego quase a desmaiar. Pensei até que estava enfartando mas não. Nem me preocupei em procurar um médico pois bem sei a sua origem. Outras vezes ela vai chegando devagar, subindo pelo braço direito. Sinuosa feito uma serpente, até novamente se instalar no coração e aí, semelhante a um projétil , atinge dilacerando tudo ao seu redor. Então afeta estômago, fígado, pescoço, cabeça e hoje, ao acordar, até mesmo minha face e minha gengiva doía aterradoramente. Como nunca havia sentido antes. Você pode estar pensando: nossa, mas o que será que ela tem? Que sintomas mais estranhos! Pois é, se eu ouvisse alguém falar sobre isso também estranharia pois até e

Um mimo para esse blog

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Quero antes de mais nada agradecer à Marta do blog Há vida em Marta pelo gracioso mimo desse selo. Já há tempos ela me agraciou e tão sem tempo que ando, ainda não havia agradecido. Mas como nunca é tarde, eis-me aqui. Adorei esse selinho! É lindo! Obrigada Marta! Por favor, quem gostar dele, sinta-se a vontade para levar para o seu blog.

O mistério de ser um universo à parte nesse todo que é a vida

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Sempre gostei de refletir sobre mim mesma e sobre os outros. Desde cedo que tenho essa mania: pensar! Quando pequena, sempre ouvia uma tia minha falar à minha mãe que ela precisava ficar de olho em mim pois ainda ia dar muito trabalho. Sempre que podia, ela ficava azucrinando no ouvido de minha mãe o quanto ela me achava “louca”, “maluca” e dizia sempre que eu vivia no mundo da lua. Por um bom tempo fiquei preocupada e quase acreditei nisso: eu era maluca! Com o passar dos anos, comecei a me preocupar com a imagem que passava aos outros. Será que todos me acham estranha, louca, abilolada? Não seria de se estranhar afinal, gostava mesmo de me refugiar na fantasia. Minha vida sempre foi enriquecida pelas histórias que meu pai contava à noite após o jantar e isso me dava asas à imaginação. Já na adolescência, mil crises se instalaram em meu ser. Magrela, sardenta, cabelos escorridos, fugia totalmente ao modelo de beleza vigente. Mas quando me olhava no espelho, não conseguia me ver feia,

Roteiro incoerente

A escuridão ao mesmo tempo que me dá arrepios, serve ao meu intuito que é justamente passar desapercebida. Naquele local ermo com apenas alguns casebres abandonados, matagal a rodeá-los, ruas de terra batida, ouço vozes ao longe a me procurar. - Eles não podem me achar. - é meu pensamento constante que me guia para cada vez mais longe. Apesar do enorme cansaço, dores nas pernas e nos pés já machucados de tanto pisar naqueles pedregulhos, minha vontade de sair dali serve de combustível para me mover. - Como vim parar aqui? - é a pergunta que não tem respostas. Só consigo me lembrar de, trabalhando na loja de roupas femininas, saí para buscar uma blusa na outra filial que era próximo dali. Depois...não consigo lembrar de mais nada. Minha mente está uma confusão só. E agora, aquelas malditas vozes gritando: "Peguem ela! Não a deixem escapar! Se for necessário, atirem!" - Droga! Onde fui me meter? Que lugar é esse afinal? Quero voltar para a loja. E a minha cliente? Vai acabar de

Ato doloroso mas necessário

Desapego: qualidade ou estado de pessoa desapegada, que revela desamor por alguém (ou grupo de pessoas); qualidade ou estado de quem demonstra indiferença, desinteresse, desprendimento , pelas coisas ou por certa coisa em particular (Dicionário Houaiss) Busquei o significado dessa palavra para poder desenvolver melhor meus pensamentos sobre essa questão. Tudo isso ocasionado pela leitura sobre o mesmo tema no blog da nossa amiga Tempestade . Incrível como bateu com meus pensamentos ultimamente. Sempre fui uma pessoa muito amorosa com minha família, amigos, colegas, objetos etc. Já trago comigo uma formação religiosa que trata dessa questão. No entanto, uma coisa é ler a respeito, discutir o tema numa roda de amigos. Outra bem diferente é colocar em prática tudo isso. A prática é sempre mais penosa e cheia de obstáculos que muitas vezes nos impede a caminhada. Já falei aqui diversas vezes que sou canceriana e o quanto a canceriana é apegada a tudo. E isso é uma grande verdade. Colecio

Meteorologia da alma

Abro a janela da alma e o que vejo? Céu cinzento, nuvens carregadas, ouço trovões ao longe Tento focar meus olhos para ver se adiante encontro o calor do sol Mas qual quê! Só o que sinto, é o vento frio a me fazer tremer a alma Fecho a janela, me recolho à sala da memória Refugio-me nas lembranças de dias ensolarados Onde risos, juras de amor e muitos beijos ofertados Curavam minh'alma e me traziam muita calma. Choro, me descabelo diante da solidão que minha vida se tornou Me pergunto onde foi que o caldo entornou Por que nossa relação amarelou e se despencou Não encontrando respostas, abro novamente a janela da alma e...o que vejo? Nada. A não ser céu cinzento, nuvens carregadas E continuo a ouvir esses malditos trovões Que massada! Meu descaramento em tentar fazer poesia. Tosca coitadinha. Mas é um exercício que desde já estou fazendo pois logo, logo chega o módulo de Poesia na pós.

Clarice em doses pequenas

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Descobrindo Clarice Lispector aos poucos. Delícia! Como me identifico! E pensar que no passado, ao tentar ler uma obra dela achei-o horrível! Hoje sei que não estava ainda preparada para sua intensidade. Olha o que descobri dela: Até cortar os próprios defeitos pode ser perigoso. Nunca se sabe qual é o defeito que sustenta nosso edifício inteiro. e tem mais: Um domingo de tarde sozinha em casa dobrei-me em dois para a frente - como em dores de parto - e vi que a menina em mim estava morrendo. Nunca esquecerei esse domingo. Para cicatrizar levou dias. E eis-me aqui. Dura, silenciosa e heroica. Sem menina dentro de mim. Mais do que jogo de palavras O que eu sinto eu não ajo. O que ajo não penso. O que penso não sinto. Do que sei sou ignorante. Do que sinto não ignoro. Não me entendo e ajo como se me entendesse. Saudade Saudade é um pouco como fome. Só passa quando se come a presença. Mas às vezes a saudade é tão profunda que a presença é pouco: quer-se absorver s outra pessoa toda. Essa

Sabadão pra lá de movimentado

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(Foto de Mauro Ferreira) Andava entediada por nada acontecer em minha vidinha medíocre. Tudo muito certinho, casa-trabalho/trabalho-casa. Nada de novo ou algo que saísse do normal acontecia. Vira e mexe pensava com meus botões: "Oh! Vida besta sô!" E assim seguia minha rotina. Até que chegou sábado. Acordei como sempre reclamando de sono, muito sono. Tomei meu café da manhã e segui para a reposição de aula do curso que faço. Manhã chuvosa, preguiça. Exatamente como me sentia. A manhã passou sem maiores acontecimentos até chegar a hora do almoço. Resolvemos almoçar todos juntos para depois discutirmos alguns pontos sobre um projeto que pretendemos desenvolver. Após a decisão de alguns tópicos, a galera começou a debandar aos poucos afinal, todos têm compromissos, família etc. Ficamos só três colegas de classe e decidimos ficar mais um pouco para conversar e beber uma caipirinha. Já não andava muito boa por vários motivos mas, se foi por causa dela ou se ela foi a gota d'ág

Ser elástico, ser resiliente

Resiliência. Essa palavra tem cruzado meu caminho de longa data mas até então não havia parado para pensar muito menos para ler sobre esse tema. No entanto, quando volto meus olhos para trás e analiso minha história de vida, vejo com alegria que sou resiliente. Para quem ainda não sabe, resiliência , de acordo com o conceito psicológico, é a capacidade do indivíduo em lidar com problemas, superar obstáculos, resistir à pressão de situações adversas como choque, estresse, etc sem entrar num surto psicológico. Bom, aqui simplifiquei ao máximo pois existem estudos bem aprofundados sobre essa questão. No entanto, é basicamente isso. Já enfrentei na vida situações de grande estresse devido a doença e perda de familiares queridos, situações na vida pessoal, perda de emprego, falta de dinheiro, e tantas outras coisas que nos afetam . Não estou querendo dizer aqui o quanto sou boa, ou o quanto sou forte. Pelo contrário, já me vi fraquejando, chorando , me descabelando bastante.No entanto, tenh