Por fora casca dourada, por dentro pão bolorento (ou algo parecido)
Sabe de uma coisa que adoro fazer? Não? Vou confessar pois é uma das coisas que mais me dá prazer. Sempre que ando de condução, quando não durmo ou não estou lendo, adoro observar as pessoas. Nossa! A fauna humana é tão diversificada e tão rica! Em alguns minutos andando num ônibus ou no metrô ou, mesmo quando dou aquela parada para um cafezinho, sento-me e saboreando um delicioso expresso, passo a minha atividade de observatório. Jovens descolados, com suas calças laaaaaá embaixo, cabelos desestruturados e coloridos, piercings por toda parte. Senhoras encurvadas pelo tempo e pelo sofrimento, trazendo na cabeça, um coque grisalho, olhar perdido, cansado, talvez de um dia inteiro de trabalho duro na fachina na casa ou apartamento de alguma dondoca. Pensando no que vai cozinhar ao chegar em casa para sua família: seu marido pedreiro de obras que costuma sempre chegar em casa mamado de tanta pinga, reclamando da vida, da dureza, da parca comida em casa, da falta de beleza de sua companhei...