(Foto de Stefan Nielsen) Tanto que esperou pelo Carnaval e ele veio, passou e mais uma vez ela ficou. Ficou da mesma forma que estava antes. Nada muda. Nada mudou, nada mudará. Tantas canções, modinhas, frevos, e no meio do baile, ela, Colombina esperando Pierrot que não apareceu. Ou, se apareceu, veio disfarçado de outro personagem para que ela não o reconhecesse e assim, pudesse brincar com outras Colombinas. As serpentinas ainda se encontram caídas aos seus pés que de tão cansados, já não os sente. Da mesma forma que já não sente mais as batidas de seu coração que de tão apertadinho, bate num compasso mínimo que é para não deixá-la mais deprimida. Seus olhos, de tanto de procurar, estão secos, embaçados, perderam o brilho da alegria e da ilusão. Sua boca também secou de tanto chamar por seu nome. Encontra-se árido feito solo do sertão. Seus cabelos, de tanto puxá-los num desespero sem fim, parece mais um novelo disforme após cair nas patas brincalhonas de um fil...